Jogador Nº1 no Cinema
(SEM Spoiler) ⭐⭐⭐
Apesar dos trailers recheados de referências à cultura pop, a adaptação cinematográfica do romance de ficção científica Jogador Nº 1, dirigido por Steven Spielberg, é mais do que um festival de referências. O cineasta, afinal, é a maior influência por tudo aquilo que inspirou o autor do livro a criar sua distópica obra devota aos anos 1980. Mas não é o Spielberg “adulto”, o histórico e dramático, que vemos aqui no comando de Jogador Nº 1, mas o cineasta moleque, aquele de Tubarão, E.T., Contatos Imediatos e Indiana Jones… o que torna a experiência ainda melhor.
No filme, como no livro, o ano é 2045. Nele, sobreviventes do período mais sombrio da humanidade precisam sobreviver em meio ao desemprego e a fome. Nessa realidade vive Wade Watts, um garoto pobre e órfão de 17 anos que, como escapismo, faz o mesmo que tantos outros milhões como ele: passa horas e horas conectado ao OASIS: um mundo online em que a realidade virtual turva os sentidos e coloca na busca por itens e moedas a satisfação que o corpo costumava encontrar de outras maneiras décadas atrás.
Ao incluir perseguições de carros e enormes tiroteios, alguns dos momentos de ação de Jogador Nº 1 já parecem inesquecíveis, e são a desculpa para ficar impressionado com os efeitos visuais. Os efeitos trabalham com sensação de escala, movimento, gravidade e tempo. Os ambientes se transformam em volta dos personagens com jogadas de câmera, e cada parte do Oasis que você precisa entender para fins narrativos é transmitido de forma clara e efetiva.
O que mais me surpreendeu é que Jogador Nº 1 é um filme genuinamente engraçado, do início ao fim. Desde um avatar horrivelmente feio no Oasis falando sobre seu torcicolo no mundo real até um suposto gênio deixando sua senha infantil à mostra, o filme é sagaz, divertido e nunca fica preso por muito tempo a uma única piada. Na verdade, um dos maiores acertos de Jogador Nº 1 é que o longa raramente se leva muito a sério.
Tudo em Jogador Nº 1 amarra-se à jornada cheia de ação do herói, que mantém o filme acontecendo em um ritmo empolgante. Apesar de não ser particularmente emocionante, e de eu ter ficado desapontada com as muitas perguntas deixadas em aberto com a rasa abordagem do mundo real, o filme ainda é muito divertido. As diversas referências e momentos engraçados o fazem ser um longa fácil de assistir e aproveitar.
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